quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010


Entrando nessa onda de análise de fim de ano, e nesse sem fim de "rememórias" que surge muito "clichémente" em todos os dezembros, eu vou também fazer uma retrospectiva 2010, tentando resgatar alguns fatos memoráveis dos quais fui testemunha, fiquei indignada, ou me chamaram atenção mesmo... em todos os aspectos e relacionados a todas as temáticas.

Que fique bem claro que esse ano foi "do caralho" (me perdoem os mais recatados pelo palavrão, mas não há outra forma de se referir a esses meses pesadíssimos que passaram). Mas mesmo no meio das tempestades, há coisas que devemos nos lembrar, e ter atenção, porque ainda podem trazer desdobramentos futuros.

Então, lá vai a minha visão sobre 2010, com a cronologia parando por aqui.

Começamos o ano com mais uma edição daquele famoso reallity show global, mexendo com a opinião pública juntando um monte de pessoas diferentes - no sentido mais diferente que esta palavra pode ter -, colocando-as "pra brigar" entre si, não só pelo dinheiro, mas por estilos, preferências e modos de vida; Aí vem carnaval, tudo para de novo... verãozão, e ninguém tá nem aí pra nada além de cerveja e tecnobrega.
Até que de repente uma organização muito doida de internautas se declara a favor de um cara de reputação e carater meio duvidosos, e ele ganhou uma bolada. Fim de jogo, e de diversão.

Aí o Brasil ganhou as eleições para ser sede das Olimpíadas e da Copa do Mundo de futebol, e por ter ganhado foi espalhado à boca pequena mundial que os comitês receberam "favores" - lê-se cocaína e prostitutas - pra aprovar o "PaTroPi' do Jorge Ben.

A Lady Gaga, pra terminar a causação de seus clipes e parcerias muito loucas e misturas de “peças erradas”, lançou “Alejandro”, que ninguém entende até hoje.

E vem Copa do Mundo na África do Sul, uma beleza... um show de gastos  desnecessários, apenas pra “mostrar que a África pode receber seus visitantes alá países de ‘primeiro mundo’”. E o Brasil, rs, que todo brasileiro topetudo por futebol achava que ia fazer por onde levar o nome de melhor seleção do mundo, passou vergonha. E o Dunga, meio culpado, meio bode expiatório, foi enxovalhado em praça pública.

No território nacional, médicos são denunciados por quererem sexo com suas pacientes, jogadores de futebol posam pra fotos empunhando armas, atores globais vão e voltam de clínicas de recuperação, e toda uma série de contendas que explodiria só nos meses seguintes na política, na sociedade e na vida de todo mundo estava se formando bem quietinha.

Fizeram um filme sobre a vida do Chico Xavier. Não ficou assim uma beleza de inteligível, mas emociona. Um dos diretores mais doidos que eu conheço fez uma refilmagem mais doida ainda de “Alice no País das Maravilhas”, misturando três histórias e fazendo a brilhante escalação do Johny Deep pro papel de chapeleiro – isso foi ótemo! Fizeram ainda um filme sobre a vida do Lula, “o filho do Brasil”, aquele que todo brasileiro queria ser. Muito bem, me abstenho de comentários, a não ser aquele de que eu acho um absurdo a indicação desse filme pro Oscar 2011 – afe.

Voltando pra cena nacional, o caldo iria começar a entornar pros lados da política-sociedade: vinha chegando o período eleitoral, democrático, lindo, de teoria vinda da era greco-romana, que muita gente confundiu com outra regrinha, muito engraçadinha, chamada “Lei do Pão e Circo”. Não existe outro nome pra chamar esses meses de propaganda eleitoral do que de circo: não por causa de algumas profissões de determinados candidatos – que fique claro que eu, democrata que pretendo ser sempre, admiro qualquer profissão, e também acho que qualquer pessoa, independente de sua trajetória, pode ter alguma coisa séria a dizer; desde que preparada. Vendo o horário eleitoral tinha horas que dava risada, ficava transtornada, e tinha até vontade de chorar... uma demonstração de brasilidade falida e, me desculpem a franqueza, muito mal instruída – pra não dizer burra mesmo – e oportunista – em todo o mau sentido que essa palavra tem.
A boa surpresa dessa eleição foi o fenômeno Marina Silva. O que vale ressaltar aqui é apenas o grande papel de 3º olho, 3ª opção, coluna do meio, saída de tangente, ou seja lá que nome for, que ela representou, e esperar que continue levantando ondas de um pouco de sobriedade no mundo político deste país. E depois de um segundo turno que mais pareceu uma luta de boxe, o Brasil elegeu a primeira mulher presidente do país, cria do sindicalista, vermelha e carrancuda, mas até agora com uma atitude num misto de cautela e audácia. Pra esse assunto teremos que aguardar cenas dos próximos capítulos. Um dos estados mais importantes e influentes do país elegeu um deputado de cultura duvidosa e um governador que é o mesmo a nem sei quantos demorados anos... e dizem que em time que ta ganhando não se mexe, né?

Enquanto isso, times de futebol brigavam pra ver qual deles tava mais ruim no “Brasileirão”, um goleiro muito ardiloso e sua "trupe doideira" davam de comer a alguns cachorros num sítio e ex-policiais corriam atrás de ex-namoradas em represas do interior de São Paulo.

Fizeram outro filme. Terminando de contar a história daquele que algumas revistas chamaram de o “super-homem” brasileiro – agora com um esquema de segurança tão, mas tão reforçado que gerou uma polêmica enorme... de novo o Brasil discute, discute, e não chega a solução alguma. O fato é que o que todo mundo queria era ter uns pares de “Capitão Nascimento” espalhados por alguns lugares do país... a coisa ia ser bem diferente... até porque, qualquer coisas, se der medinho, é só pedir pra sair, e tudo certo.

Explodiram o Complexo do Alemão, quase que numa ação detetizadora de emergência, que não se sabe onde vai dar. Aqui também precisamos aguardar cenas dos próximos capítulos...

Um pouco antes disso, alguns atores de Hollywood se colocaram em saias justas gratuitas com os fãs brasileiros, fazendo declarações sobre macaquinhos e explosões seguidas de aplausos e assovios.

Programas de humor ditaram jargões populares e viraram "hit" aos domingos a noite, e nas segundas também. Programas mostrando o Brasil de uma forma simples, educativa, e bastante acadêmica apareceram q ganharam espaço nas semanas. Alguns outros programas, esses de ficção, tentaram responder altas questões da humanidade e mostrar aspectos da vida - na frente e atrás das cameras, páginas e telas. 

Fizeram um filme sobre o Facebook. Só tava faltando isso nesse mundo globalizado, interligado, conectado.

O Silvio Santos na bancarrota; a Hebe indo no Faustão.

E o presente de natal pros paulistanos, R$ 3,00 pra ir, e mais R$ 3,00 pra voltar de qualquer lugar, a partir dos primeiros dias de 2011.

Bem, pra encerrar, o jeito é concluir, depois dessa micro retrospectiva desse ano cheio de coisinhas – muitas delas ainda ficaram de fora aqui -, que esse 2010 não foi tão sucesso de bilheteria como deveria ser – ou pelo menos como esta espectadora da realidade que vos fala achava que seria.

Esperamos que 2011, ímpar, seja mais, e seja melhor.

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