quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010


Entrando nessa onda de análise de fim de ano, e nesse sem fim de "rememórias" que surge muito "clichémente" em todos os dezembros, eu vou também fazer uma retrospectiva 2010, tentando resgatar alguns fatos memoráveis dos quais fui testemunha, fiquei indignada, ou me chamaram atenção mesmo... em todos os aspectos e relacionados a todas as temáticas.

Que fique bem claro que esse ano foi "do caralho" (me perdoem os mais recatados pelo palavrão, mas não há outra forma de se referir a esses meses pesadíssimos que passaram). Mas mesmo no meio das tempestades, há coisas que devemos nos lembrar, e ter atenção, porque ainda podem trazer desdobramentos futuros.

Então, lá vai a minha visão sobre 2010, com a cronologia parando por aqui.

Começamos o ano com mais uma edição daquele famoso reallity show global, mexendo com a opinião pública juntando um monte de pessoas diferentes - no sentido mais diferente que esta palavra pode ter -, colocando-as "pra brigar" entre si, não só pelo dinheiro, mas por estilos, preferências e modos de vida; Aí vem carnaval, tudo para de novo... verãozão, e ninguém tá nem aí pra nada além de cerveja e tecnobrega.
Até que de repente uma organização muito doida de internautas se declara a favor de um cara de reputação e carater meio duvidosos, e ele ganhou uma bolada. Fim de jogo, e de diversão.

Aí o Brasil ganhou as eleições para ser sede das Olimpíadas e da Copa do Mundo de futebol, e por ter ganhado foi espalhado à boca pequena mundial que os comitês receberam "favores" - lê-se cocaína e prostitutas - pra aprovar o "PaTroPi' do Jorge Ben.

A Lady Gaga, pra terminar a causação de seus clipes e parcerias muito loucas e misturas de “peças erradas”, lançou “Alejandro”, que ninguém entende até hoje.

E vem Copa do Mundo na África do Sul, uma beleza... um show de gastos  desnecessários, apenas pra “mostrar que a África pode receber seus visitantes alá países de ‘primeiro mundo’”. E o Brasil, rs, que todo brasileiro topetudo por futebol achava que ia fazer por onde levar o nome de melhor seleção do mundo, passou vergonha. E o Dunga, meio culpado, meio bode expiatório, foi enxovalhado em praça pública.

No território nacional, médicos são denunciados por quererem sexo com suas pacientes, jogadores de futebol posam pra fotos empunhando armas, atores globais vão e voltam de clínicas de recuperação, e toda uma série de contendas que explodiria só nos meses seguintes na política, na sociedade e na vida de todo mundo estava se formando bem quietinha.

Fizeram um filme sobre a vida do Chico Xavier. Não ficou assim uma beleza de inteligível, mas emociona. Um dos diretores mais doidos que eu conheço fez uma refilmagem mais doida ainda de “Alice no País das Maravilhas”, misturando três histórias e fazendo a brilhante escalação do Johny Deep pro papel de chapeleiro – isso foi ótemo! Fizeram ainda um filme sobre a vida do Lula, “o filho do Brasil”, aquele que todo brasileiro queria ser. Muito bem, me abstenho de comentários, a não ser aquele de que eu acho um absurdo a indicação desse filme pro Oscar 2011 – afe.

Voltando pra cena nacional, o caldo iria começar a entornar pros lados da política-sociedade: vinha chegando o período eleitoral, democrático, lindo, de teoria vinda da era greco-romana, que muita gente confundiu com outra regrinha, muito engraçadinha, chamada “Lei do Pão e Circo”. Não existe outro nome pra chamar esses meses de propaganda eleitoral do que de circo: não por causa de algumas profissões de determinados candidatos – que fique claro que eu, democrata que pretendo ser sempre, admiro qualquer profissão, e também acho que qualquer pessoa, independente de sua trajetória, pode ter alguma coisa séria a dizer; desde que preparada. Vendo o horário eleitoral tinha horas que dava risada, ficava transtornada, e tinha até vontade de chorar... uma demonstração de brasilidade falida e, me desculpem a franqueza, muito mal instruída – pra não dizer burra mesmo – e oportunista – em todo o mau sentido que essa palavra tem.
A boa surpresa dessa eleição foi o fenômeno Marina Silva. O que vale ressaltar aqui é apenas o grande papel de 3º olho, 3ª opção, coluna do meio, saída de tangente, ou seja lá que nome for, que ela representou, e esperar que continue levantando ondas de um pouco de sobriedade no mundo político deste país. E depois de um segundo turno que mais pareceu uma luta de boxe, o Brasil elegeu a primeira mulher presidente do país, cria do sindicalista, vermelha e carrancuda, mas até agora com uma atitude num misto de cautela e audácia. Pra esse assunto teremos que aguardar cenas dos próximos capítulos. Um dos estados mais importantes e influentes do país elegeu um deputado de cultura duvidosa e um governador que é o mesmo a nem sei quantos demorados anos... e dizem que em time que ta ganhando não se mexe, né?

Enquanto isso, times de futebol brigavam pra ver qual deles tava mais ruim no “Brasileirão”, um goleiro muito ardiloso e sua "trupe doideira" davam de comer a alguns cachorros num sítio e ex-policiais corriam atrás de ex-namoradas em represas do interior de São Paulo.

Fizeram outro filme. Terminando de contar a história daquele que algumas revistas chamaram de o “super-homem” brasileiro – agora com um esquema de segurança tão, mas tão reforçado que gerou uma polêmica enorme... de novo o Brasil discute, discute, e não chega a solução alguma. O fato é que o que todo mundo queria era ter uns pares de “Capitão Nascimento” espalhados por alguns lugares do país... a coisa ia ser bem diferente... até porque, qualquer coisas, se der medinho, é só pedir pra sair, e tudo certo.

Explodiram o Complexo do Alemão, quase que numa ação detetizadora de emergência, que não se sabe onde vai dar. Aqui também precisamos aguardar cenas dos próximos capítulos...

Um pouco antes disso, alguns atores de Hollywood se colocaram em saias justas gratuitas com os fãs brasileiros, fazendo declarações sobre macaquinhos e explosões seguidas de aplausos e assovios.

Programas de humor ditaram jargões populares e viraram "hit" aos domingos a noite, e nas segundas também. Programas mostrando o Brasil de uma forma simples, educativa, e bastante acadêmica apareceram q ganharam espaço nas semanas. Alguns outros programas, esses de ficção, tentaram responder altas questões da humanidade e mostrar aspectos da vida - na frente e atrás das cameras, páginas e telas. 

Fizeram um filme sobre o Facebook. Só tava faltando isso nesse mundo globalizado, interligado, conectado.

O Silvio Santos na bancarrota; a Hebe indo no Faustão.

E o presente de natal pros paulistanos, R$ 3,00 pra ir, e mais R$ 3,00 pra voltar de qualquer lugar, a partir dos primeiros dias de 2011.

Bem, pra encerrar, o jeito é concluir, depois dessa micro retrospectiva desse ano cheio de coisinhas – muitas delas ainda ficaram de fora aqui -, que esse 2010 não foi tão sucesso de bilheteria como deveria ser – ou pelo menos como esta espectadora da realidade que vos fala achava que seria.

Esperamos que 2011, ímpar, seja mais, e seja melhor.

sábado, 18 de dezembro de 2010

A roda viva

Esse fim de ano tem me feito pensar muito, mas muito mesmo... na vida, e nas formas que ela tem de ensinar as coisas pra gente, no jeito que o mundo gira, e a gente cai em cada buraco escuso, largado, frio, sem luz e sem energia, e logo depois, em outro giro voltamos a estar em uma posição mais tranquila, leve, com problemas e questões resolvidas e sem tormentos diversos que deixariam os tempos mais tenebrosos e feios...
Não que a vida esteja assim boooooa, rs - não, não está; mas está melhorando... o ciclo está se fechando, e as ligações humanas mais fortes e sinceras e puras estão salvando a vida de todos. 

Uma certa displicência até pode ser sentida entre o ato de conhecer pessoas, e se surpreender com elas para o bem. Falo pela minha experiência somente, mas imagino que muitas pessoas estejam passando por este mesmo ciclo, e por experiências parecidas, guardadas todas as diferenças na forma de lidar com estes momentos.
Enfim, o que fica de todas essas ocasiõesé a certeza de que o vida é vida demais pra ser só ruim, e é humana demais pra ser só bobagem. a vida gira de verdade, como musicalizou o mestre Chico, nos versos que eu coloco aqui agora, parafraseando-os como uma das minhas verdades de viver...


"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração..."

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

É fim de ano...

É ano que vai embora, ano que entra, e as coisas nunca mudam... nas ruas as pessoas parecem que vão entrar em colapso se não conseguirem aquele pacote, ou aquela foto da árvore de natal imensa iluminada na rua. E por todos os lados, o que se tem é uma profusão de promoções e vantagens ao consumismo propício desta época. Muitas coisas em vermelho, verde, muito veludo - o que eu acho de muito mau gosto ao ser aplicado num país quentíssimo como o nosso, mas enfim... -, muitos ursos de pelúcia, pacotes e renas enormes... isso sem contar os papais noéis - ah estes são de todos os tipos, materiais e formatos.

Os supermercados com gôndolas cheias de panetonnes, frutas secas, bacalhau, perus e "chesters", que preenchem os carrinhos de quem pode pagar por essas guloseimas, e fazem brilhar os olhos daqueles que não podem... o que é o natal??? Essa frase é dita pela personagem magistral de Darlene Glória no filme "Feliz Natal". E não é que a pergunta faz a gente refletir???

Independente do que os meus leitores pensem sobre as festas do fim do ano, o importante é sempre refletir, e tentar ao máximo colocar as reflexões em prática.

Mas esse clima de fim de ano, apesar de diferente pra mim - este ano está imensamente sem nexo -, ainda assim me pus involuntariamente em uma encruzilhada de pensamentos sobre a vida e as coisas, tanto e com uma intensidade tão fora do comum que eu escrevi um texto pra mandar pra algumas pessoas que fizeram meu 2010 ter a cara que teve, com todos os percalços e coisas boas que teve.
O texto eu vou postar aqui, pra que todos aqueles que queiram se sentir mais aconchegados por esse espírito natalino, que se manifesta de maneiras diferentes em cada um de nós, consigam ao menos fazer uma pausa para colocar os pensamentos no lugar, e tentar ser mais felizes no ano que vem aí...


 
Mensagem de Fim de Ano


 
E eis que é chegado mais um fim de ano. E em como todos os outros passados, nos pegamos realizando balanços e exames de consciência para entrarmos no ano que vai começar mais leves, mais tranqüilos e mais dispostos. Nessa época é que pensamos em todas as situações que vivemos, nas pessoas que conhecemos, nos contratempos, desentendimentos e aborrecimentos a que fomos submetidos, algumas vezes não por nossa vontade, e outras vezes por nossa própria postura diante das pessoas e da vida.

E eu, não diferente de nenhum de nós seres humanos, me pus a pensar, neste dezembro, em todas as coisas que vivi, e que ainda poderei viver ao lado das pessoas novas que conheci em 2010 – pessoas que acabaram por fazer o bem e deixar sua marca nas minhas impressões pessoais de nossos momentos -, e daquelas pessoas a quem eu já conhecia – de diversas maneiras e ocasiões, e vindas de outras situações – e que me foram reapresentadas numa forma muito diversa daquela que por tempos pôde chamar-se minhas amizades.

E assim, com a cabeça cheia destes pensamentos, me veio à idéia um modo de dizer um alô a todos aqueles que desde que os conheço (e reconheço) são importantes pra mim, e para todos aqueles que passaram pelos meus dias de 2010 e deixaram alguma impressão interessante... E já aproveitar pra junto com esse alô deixar os desejos de que todos tenham



MOMENTOS FELIZES, PARA QUE POSSAM SEMPRE TER MOTIVOS PARA SORRIR DE NOVO;

MOMENTOS MAIS SÉRIOS, PARA QUE POSSAM LEMBRAR-SE DE QUE A VIDA DEVE SER VIVIDA COM PAZ, HONESTIDADE E RESPEITO;

MOMENTOS DE PAIXÃO, PARA QUE LEMBREM-SE DE QUE AS EMOÇÕES MAIS FORTES SÃO O VERDADEIRO COMBUSTÍVEL DE NOSSAS ALMAS;

MOMENTOS DE INDIGNAÇÃO TAMBÉM, PARA QUE TENHAM SEMPRE OS PÉS CONECTADOS ÀS MENTES, PARA QUE SONHOS E REALIDADE NÃO SE PERCAM UMA DA OUTRA;

QUE TENHAM MUITO AMOR;

QUE TENHAM MUITA PAZ;

QUE TENHAM MUITA FÉ: NA VIDA, EM SEUS “TACOS”, EM SUAS CRENÇAS, EM SEUS VALORES E SUAS CRENÇAS;

QUE TENHAM MUITO SUCESSO, NA VIDA E NA PROFISSÃO;

QUE RESPIREM BEM, QUE DURMAM BEM À NOITE, E QUE CONSIGAM ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS POR SUA COMPETÊNCIA, RAZÃO E VALORES;

DESEJO AOS MEUS AMIGOS MUITA COISA: TODAS AS COISAS QUE ELES QUISEREM...

E DESEJO QUE EM 2011, SE ASSIM ESTIVER ESCRITO NOS LIVROS DE NOSSAS VIDAS, FOR POSSÍVEL QUE NOS ENCONTREMOS, QUE NOS CONFRATERNIZEMOS, QUE TRABALHEMOS JUNTOS, QUE NOS CONHEÇAMOS DE NOVO E NOVAMENTE, E QUE ACEITEMOS DIFERENÇAS E ERROS DO PASSADO, CONSIGAMOS FAZE-LO DE UMA FORMA MUITO MELHOR, E AINDA MAIS BONITA DO QUE EM 2010.



BOAS FESTAS, E UM ANO NOVO REPLETO DE SAÚDE, PAZ, AMOR, FÉ, SUCESSO E PROSPERIDADE.



Monise Cristina Berno

Dez/2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A... as músicas da minha vida

Me considero uma pessoa imensamente musical. Nada especializado em nada, apenas uma apreciadora de acordes e versos, arranjos e vocais. Acredito que muitas pessoas sejam assim, musicais... na verdade acho que, na época em que vivemos, imaginar o mundo sem músicas é algo que poucos conseguiriam... e de verdade, não acho que dê pra fazer...

Sempre passo horas ouvindo musicas, pesquisando letras, meditando sobre elas, e sobre o quanto elas influenciam a vida das pessoas, as tocam, as fazem sorrir ou chorar, e tantas outras sensações que podem surgir da sonoridade de apenas sete notas.

Hoje eu acordei de manhã - acordei não, me levantei, de uma noite muito mal dormida, cheia de pensamentos sobre a vida e a loucura que ela é, e fui direto buscar uma música do fundo do meu baú de memórias... escolhi pra primeira música do meu dia uma faixa muito bonitinha dos Paralamas do Sucesso, com um nome bem simples e simpático: Trac Trac. E enquanto ouvia as palavras cantadas muito sabiamente pelo super Hebert Viana, eu pensava: essa música mexe de verdade comigo... a melodia rock meio ska, a letra toda arranjada como se fosse mesmo um emaranhado de pensamentos brotando da cabeça de um insone imerso em suas misérias andando no sol da manhã... e ouvir essa música por várias vezes - rs, prática esta que eu faço quase que diariamente; escolho uma "vítima" e a coloco no 'repeat' pra ouvir, ler e entende-la de fato - me fez pensar nas várias outras músicas que mexem comigo a ponto de eu considerá-las as "músicas da minha vida".

São tantos sentimentos, tantas ocasiões, pessoas, épocas que tem remetente melódico que, ai, a lista é quase que infindável...

Lembro de quando eu era pequena, e creio que influenciada um pouco pela minha mãe, mas nem tanto assim - isso porque não me lembro da cultura de ouvir-se muitos discos cotidianamente na minha casa; ouviamos mais rádios FM, e os discos que tinhamos eram sempre utilizados nas reuniões familiares, naqueles bailinhos de família que todo mundo viveu ou conheceu de alguma forma -, e influenciada também pela mágica telinha - que já foi tema de posts aqui no blog, e fez parte gigante da minha vida desde pequena - conheci um pouco de MPB.
Tá, conheci muita coisa que todo mundo conhece, mas meus ouvidos também captaram uma musicalidade brasileira que quase ninguém conhece, ou se lembra... muitos amigos meus ficam impressionados que estão comigo e eu acabo lembrando de uma música veeelha, de algum cantor que nenhum deles conhece.
Lá pela adolescência, a coisa mudou um pouquinho - pouquinho também é figura de linguagem; comecei a conhecer - e a sentir - as músicas internacionais, de diferentes "tribos" e denominações. Passei pela música country, pelo rock estilo "Love metal", pelo pop, pelas baladas românticas, pela música italiana - ah, essa aí também tem influência familiar e televisiva -, voltando sempre pra MPB - pra aquela considerada de boa qualidade, e pra aquela considerada do "populacho" também... e fui formando meu gosto eclético pra música.
A tomada de gosto pelo cinema também influenciou meu ecletismo musical... a cada filme que eu via, mais e mais músicas entravam na minha cabeça e marcavam a presença fatal que as faz serem lembradas por mim até hoje.
Foi quando entrei na faculdade - e aqui me permitam fazer mais um parêntese em meio a esses muitos que venho abrindo aqui - que eu conheci - e aprendi muita coisa mais - sobre a música brasileira. Vendo as pessoas ouvirem músicas mega diferentes de formas tão diferentes - com um ouvido quase antropológico - acabei exercitando e criando um conjunto de "gostos" e "não gostos" extremamente heterogêneo.
Me mudando pra "cidade grande", também tive experiências sonoras que me agregaram muitas faixas...
E como considero essa questão da musicalidade algo sempre mutável, vou logo partir pra minha atual lista top 10 de "músicas da minha vida", já pedindo desculpas a tantas outras que ficarão de fora, por falha mental ou por falta de espaço mesmo... mas estão todas aqui, em algum lugar das caixas arquivo da memória, esperando pra serem escolhidas, lembradas, e ouvidas por várias vezes, em alguma outra manhã de uma jovem sem sono...

1ª - Trac Trac - Paralamas do Sucesso
2ª - Owner of a lonely heart - Yes
3ª - Stay - Oingo Boingo
4ª - Há tempos - Legião Urbana
5ª - I never gonna say i'm sorry - Ace of Base
6ª - Educação Sentimental - Kid Abelha
7ª - Material Girl - Madonna
8ª - Just Dance - Lady Gaga
9ª - Heads will Roll - Yeah Yeah Yes
10ª - Merrymaking At My Place - Calvin Harris

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Os "Reality Shows" e a mágica da natureza humana

Não é segredo pra ninguém a minha fascinação pelo gênero televisivo. Eu definitivamente escolhi pra ser meu norte, em qualquer área que eu possa atuar, um tema muito, mas muito rico, e cheio de questões ainda por serem resolvidas. Mas minha aproximação à telinha não fica apenas no plano das teorias sociológicas, antropológicas, históricas e da comunicação que ela transmite e das pontes que estabelece com as outras mídias - pelas quais também desenvolvo um flerte quase que fatal, rs. Digo isso porque adoro ver televisão; não apenas como objeto de estudo e admiração, mas pra me distrair mesmo - é um dos meus mecanismos de "desligamento cerebral". Essa teoria particular pode fazer com que algumas pessoas me entendam como superficial, ou bobinha mesmo, mas é que quando se aprende toda a mecânica - explícita e pulverizada em pontos que olhos menos treinados não veem -, a coisa fica bem interessante e complexa, e o "deixar-se levar pelo roteiro" pode ser uma experiência bem relaxante.
Ditos esses pontos iniciais que mais uma vez vêm explicar "o porque "dos meus posts, hoje eu quero falar dos reality shows. Assunto comum? Pode ser. Mas o fato é que esse assunto tão comum instiga muita gente... e a mim também.
Ontem acompanhei com alguns amigos a estréia do reality show da Record, "A Fazenda", que está em sua terceira edição,  com um grupo de participantes extremamente heterogêneo, mas com alguma coisa em comum, como lembrava uma antiga propaganda de cigarros: 15 participantes, celebridades instantâneas ainda em busca de algum lugar ao sol, algumas um pouco fora do imaginário coletivo, algumas outras que optaram por suspenderem suas atividades profissionais por 3 meses em busca de projeção midiática e de um prêmio bem delicioso - 2 milhões de reais no final da jornada. A disputa já começou bem acirrada, com indícios de flertes entre participantes, troca de farpas e gafes durante a transmissão ao vivo. Nada de anormal, até aqui, para um programa que tem por objetivo confinar pessoas e testa-las, como um laboratório gigante, de uma experiência nacional, e de formato já bem conhecido de todos os brasileiros, sejam participantes ou espectadores. A tônica deste tipo de reality é a de que a audiência venha justamente por serem os confinados pessoas conhecidas daqueles que estão em seus sofás todas as noites.
Fazendo um leve exercício de memória e história, percebe-se que o formato escolhido pela emissora evangélica já foi proposto e trabalhado por uma outra, o SBT. O já findado "A Casa dos Artistas", apresentou pela primeira vez figuras públicas em convívio direto com outras, exercitando suas diferenças e suas capacidades. Aqueles meus leitores que também assistem televisão hão de se lembrar as trapalhadas vividas por dançarinas, lutadores e professoras de ginástica dentro de uma casa bonita, bem equipada, onde não havia nenhum real esforço para a obtenção dos recursos básicos de sobrevivência. Bastava estar ali e mostrar-se de fato como ser humano. O fato é que  a"Casa" foi um dos grandes sucessos da emissora de Silvio Santos.
Na Record, com a idéia de que as celebridades deveriam conhecer técnicas de trabalho em muito diferentes daquelas com as quais de identificam, acompanharemos dramas pessoais, romances , brigas, em meio a palha, leite saído da vaca e animais, além de alguns comportamentos nada surpreendentes - e também nada inéditos.
Na Bandeirantes, atualmente encontra-se no ar uma outra espécie de show, que consiste em enfiar uma dúzia de pessoas dentro de um onibus - micro apartamento, e viajar com eles  acompanhando todas as interações que podem - e as que não podem também -, existir entre pessoas anônimas.
Pioneira, a Rede Globo aposta a muito tempo no formato dos shows de realidade. Um dos primeiros programas nesta ótica foi "No Limite", no qual pessoas normais - algumas com habilidades mais aprimoradas que outras, e com uma série de limitações físicas e psicológicas, em váios graus, eram levadas a sobreviver em um ambiente cheio de adversidades climáticas, e sem o conforto das casas fechadas, maquiagem e agenda de estúdio comum, alimentando-se de sabores exóticos - e muitas vezes nojentos. Os limites reais eram testados de fato, por um prêmio que não chega nem perto dos valores oferecidos nos dias de hoje. Atualmente, esse formato que prioriza preparo físico e resistência mental é novamente empregado pela emissora de Roberto Marinho em "Hipertensão".
Mas a emissora líder no país tem entre as suas atrações, a uma década, um formato comprado de uma produtora internacional, que tornou-se sucesso de audiência, com um nome muito peculiar: o "Big Brother Brasil", estrelado por anônimos - e por alguns não tão anônimos assim -, é o que se pode chamar de referência em shows de realidade nacionais. As edições do programa global foram quase que em sua totalidade momentos de soberania da emissora, e tornaram-se uma verdadeira fábrica de famosos, com um nome popular que faz lembrança a uma realidade ficcional, trabalhada brilhantemente - tanto que chega a ser assutadora, por George Orwell na obra intitulada "1984", onde um país é governado e controlado pelo "Grande Irmão", que tudo sabe e tudo vê.

Trazendo de forma grosseira esse roteiro para nossos dias, o público destes shows de realidade acabam por assumir o papel desse "Grande Irmão", que conhece, opina, e determina quem é mais interessante e quem é descartável entre aqueles indivíduos escolhidos para a exibição pública. E se não estiver satisfeito com aquilo que é exibido todos os dias depois da novela, é só assinar uma transmissão integral e pronto: o laboratório pode servir a propósitos infinitos.
Uma das grandes questões que ficam disso tudo é exatamente a seguinte: após tantas edições e formatos diversos, a audiência destes programas continua a crescer. Porquê? Porque ao ser humano sempre interessa conhecer o âmago do outro; mesmo que este outro seja uma figura conhecida por "se montar pra balada", uma pessoa que conseguiu muitos seguidores no twitter, uma mocinha que soube aproveitar bem a projeção causada por um mini vestido ou um cara que quase ninguém lembra mais, soltando gritinhos frenéticos que fazem aqueles com quase trinta anos ou mais terem dejavus terríveis dos tempos de infância.
A paixão que surge com a exibição destes programas está exatamente nestes detalhes - de saber que o ator X, a cantora Y e muitos outros que só são vistos em revistas e outros tipos de programas vivem, comem, respiram, e sofrem como gente comum. Porque no fundo são gente comum? 
Não, nao são. São pessoas sim, mas sabem lidar com o oportunismo da vida de forma mais ágil que a maioria da população, que nunca vai chegar a aparecer em um reality, novela, revista de fofoca ou jogo de futebol. Pessoas que, devido ao sucesso desta tipo de programa, já sabem como falar e como agir diante de cameras, e compreendem o valor  de identificação que a venda de suas trajetórias pessoais pode ter na mente da população.
Estão ali, submetendo-se a olhares de milhares de pessoas, pondo-se a julgamento, mostrando suas fraquezas e forças, pelo motivo máximo de tornarem-se, ou manterem-se assunto? Pelo simples prazer de sair na rua e ser reconhecido por ser você mesmo, ou apenas pela oportunidade de fazer a vida financeira engrenar em apenas 3 meses???
As respostas para estas perguntas ficam no plano das conjecturas de uma espectadora estudiosa da magia da televisão...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Anos incríveis...

Sabe aquelas frases populares que são como lendas urbanas, coisas que todo mundo fala, que são muito comuns, clichés?? E de tão comuns você acaba achando que o o assunto ao qual se referem é superinflado, ou coisa do gênero???

Sempre ouvi dizer que que os anos da faculdade seriam os melhores anos da minha vida; confesso que pensava que este era um exemplo típico de matéria superestimada. Até entrar na faculdade. Escolhi como minha profissão um curso conhecido por ser frequentado por todo tipo de ser humano; e isso acabou sendo muito louco - muito cheio de diferenças, interessante, estressante... e por vezes até insano.
Quando comecei a faculdade, e me inteirei do mini curriculo das pessoas que se sentavam comigo todas as noites feito crianças babonas pra ouvir velhos fumantes - e meio bêbados as vezes - falarem sobre coisas que aconteceram num passado tão distante e tão próximo da gente, acabei percebendo que aquilo tudo poderia servir pra muita coisa. Pessoas de praticamente todo canto do país, com suas manias pessoais, regionalismos, preferências e gostos variados... se juntando pra ler livros de história medieval, aprendendo muito sobre a matéria e sobre o conhecimento do outro, sobre como desbravar barreiras internas - pode chamar de preconceito mesmo -, fazendo exercícios de paciência e tolerância - com os outros e com o sistema. Aí você descobre que pode sim - e muitas vezes precisa, rs - beber as segundas feiras.

É um período em que, na minha visão, como se a gente fosse pequenas crianças no pré primário loucas pra pegar um caderno e ficar fazendo rabiscos que não significam nada pra quem está fora daquele universo, se parece muito com a visão de um mergulho num portal, de um mundo paralelo - rs, a minha turma da faculdade costumava dizer que em algum lugar da estrada que levava ao interior do estado existia um portal, pelo qual alguns escolhidos passavam sem perceber, e aportavam naquela cidadezinha provinciana, tão pitoresca, e de lá só conseguiria sair depois de um período de no mínimo quatro anos; viagem? pode ser, se você está de fora. Pra quem viveu aquela confusão, faz todo sentido do mundo.

Reuniões se transformavam em baladinhas caseiras, almoços em jantas coletivas, jantares em ceias da madrugada, onde cada um comprava um ingrediente, e o resultado final era dividido igualmente entre todos os contribuintes - bem socialista. Não que a gente fosse, rs, mas essa era a forma justa que a gente encontrava.
Todos estigmatizados - sem precisar estar usando uma camiseta com o nome da faculdade -, encontrávamos identificação uns nos outros; e isso bastava. O círculo se fechava entre as pessoas com as quais convivíamos todos os dias, com quem a gente almoçava, jantava, estudava, ía no cinema pagando meia entrada a R$ 2,00, e tomava cerveja barata à base de moedas que sobravam da loja que fazia as cópias dos nossos textos. Atravessar a cidade de bicicleta pra ir no supermercado ou pra comer esfiha que lembrava o Habib's nunca foi tão divertido! A falta dos fast food era suprida com lanches cheios de ingredientes e escorrendo gordura comprados em barraquinhas que mais pareciam quartinhos de bagunça. Assim como ficar preso numa casa com mais 100 pessoas bebadas conversando em grupos e ouvindo bandas de garagem nunca fez tanto sucesso - sobre esse ponto posso dizer que passei meio ilesa - nunca fui muito com a cara de festas de república; mas não se pode negar que são um ambiente de socialização atraente, ainda mais quando se faz faculdade na Terra do Nunca.

Aí, vão passando os anos, e todos aqueles que eram simples inocentes, em meio a ataques de nervos - por conta de várias questões que não convém ficar rememorando nessa crônica, vão se tornando pessoas com experiências as mais loucas possíveis. E eis que chega o último ano, quando todo mundo já está calejado, e literalmente com o saco cheio. Não vêem a hora de terminar logo com aquela baboseira toda. E chega o dia da colação de grau. Um filme passa na cabeça, e inevitavelmente você se pergunta: e agora?
Alguns tem a sorte de já ter um rumo certo; outros ainda ficam vagando, gravitando em torno da vida que levaram por quatro anos seguidos - o que pra mim pode significar uma variação do que chamam de síndrome de Peter Pan. O fato é que, depois da faculdade, há uma necessidade de se crescer.

E depois de alguns anos, trabalhando na área ou em outra coisa, muitas vezes ainda batendo cabeça em outros cursos e na vida, o que sobra são só lembranças de toda a bagunça que se viveu quando se deciciu por atravessar aquele portal; noites de sono mal dormidas por motivos obviamente etílicos, amorosos ou por lazer, todo o aprendizado de como viver sozinho, ou com um monte de gente diferente; de como é difícil quebrar idéias pré fixadas na cabeça dos seus pais sobre o que fazem seus amigos, e na sua própria cabeça também... entender as razões da galera nem sempre é fácil...
Pra terminar, quatro anos depois daqueles quatro anos cheios de esperança, lições de vida e desilusões, com outra vida, outros amigos, outras coisas pra fazer, chego a conclusão de que aquela história que todo mundo me falava era de fato verdadeira. Aqueles anos foram sim, anos de ouro; foram sim, anos incríveis...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um vídeozinho pra distrair...

Eu que adoro cozinhar... hoje me deparei com esse filminho em stopmotion, estilo que eu também adoro, de uma receita bem diferente... adorei!